viagem 2008


Este espectáculo está disponível para itinerância durante o ano de 2008, em qualquer caixa de computador e/ou teatro.

Para mais informações contactem a MARIONET em marioneteatro@gmail.com ou (+351) 934 857 856

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O computador arranca. Aparentemente tudo está normal, é mais um período de funcionamento. Mas, olhando com atenção, com muita atenção, de muito muito perto, apercebemo-nos que há algo que não está a obedecer às leis conhecidas do universo. É um electrão. Sozinho. Que questiona a sua função no mundo.
A viagem deste electrão através do computador transforma-se então numa viagem de descoberta para ele, onde procura encontrar a razão da sua existência.

No contexto tecnológico do mundo dos nossos dias convidamo-vos a experimentar este novo tipo de computador, marca MARIONET, em que os electrões desafiam as leis da Física, transportam perguntas e pensam.

imagens da estreia









Fotografias da Francisca Moreira, recolhidas a 25 e 26 de Setembro

no Teatro Académico de Gil Vicente.

Sinopse

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Segundo uma estimativa, o número total de electrões existentes no universo será de, pelo menos, 10^79.

A MARIONET decidiu pôr os seus electrões, junto com a restante matéria de que é composta, no palco do Teatro Académico de Gil Vicente. Vós apenas tendes de orientar os vossos electrões para este Teatro nos dias e à hora a que houver espectáculo.

LED – viagem ao interior num computador

Aquilo que para muitos de nós se passa num computador quando o utilizamos é o que vemos através do écran e que vai respondendo às solicitações que introduzimos através do rato ou do teclado para a realização de uma determinada tarefa.
Mas o que se passará dentro daquela caixa que compõe aquilo a que chamamos computador? É a esta pergunta que vos desafiamos a encontrar respostas. E como?

Entrem no micro-mundo de um computador imaginado por nós. Escolhemos uma partícula elementar, um electrão, para fazer a viagem que podemos seguir ao longo de alguns dos componentes de um computador. O ponto de partida e o de chegada são a nossa imaginação. Pelo meio surgem algumas respostas mas há sobretudo perguntas, como por exemplo: o que é arrepender?

Reflexão

No tocante ao teatro normalmente partimos do zero, o nada, o vazio.
Começamos então a perguntar.
Vamos armazenando as respostas e tentando relacionar com o que já possuímos.
Começamos então a construir.
Primeiro o texto, a história, as personagens.
Depois os ambientes, as imagens, os sons.
É assim que fazemos.
A cada construção ficamos maiores.

O LED não é uma excepção.
É mais um.

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No momento de escrita destas linhas pela primeira vez, A MARIONET está numa fase avançada de preparação do espectáculo “LED – Viagem ao interior num computador” e na fase inicial de criação do espectáculo seguinte, “A Bengala dos Cegos”. Estes projectos enquadram-se na vertente do nosso trabalho que designámos por Ciência no Teatro, assim chamada por ter como ponto de partida temas da Ciência.
O facto de nos encontrarmos ainda a meio de um processo de construção e já termos iniciado outro, que vemos trilhar os mesmos métodos de concepção recentemente percorridos, permite-me uma reflexão viva sobre a nossa forma de criar.

Numa fase inicial do nosso trabalho temos a necessidade de criar o texto que servirá de base ao espectáculo. Para isso costumamos dar os seguintes passos:
Primeiro lemos sobre o assunto científico a tratar. Livros, artigos científicos e não científicos, epístolas, o que possa ser relevante. Pedimos orientação de pessoas da área científica em questão para que nos indiquem a bibliografia mais importante sobre o assunto e para que, numa fase mais adiantada do trabalho, nos dêem a sua opinião sobre o texto desenvolvido.
À medida que o texto dramático começa a ganhar estrutura, vamos discutindo em equipa os caminhos que já percorreu e aqueles que poderá vir a percorrer. E o texto vai-se adaptando a esta crítica colectiva.
Já em trabalho de palco, o texto enfrenta o novo desafio de ser verbalizado e representado. E, de novo, se vai adaptando, desta vez também à linguagem do palco.
Sobre o texto, a sua representação e a história ou histórias que ele encerra as outras áreas criativas que compõem o Teatro vão construindo outros pedaços de arte sob formas de imagem, luz, som, figurinos, cenário.
E então, no equilíbrio de tudo junto, obtemos finalmente a complexa obra de arte que são os nossos espectáculos de teatro.

Curiosamente, a primeira fase do nosso trabalho, a fase de investigação, tem muitos pontos de contacto, a nível de processo, com a fase de investigação de um cientista no processo de escrita de um artigo científico. A diferença virá com o resultado final, que no nosso caso será não um artigo científico mas o texto dramático. Uma reflexão sobre esta diferença é algo que, pessoalmente, muito me interessa, e que estou a fazer no âmbito duma tese de mestrado onde estudo este assunto apoiado no caso particular de um cientista de renome, Carl Djerassi, o “inventor da pílula anticonceptiva”, que nos últimos anos se tem dedicado, entre outras coisas, a escrever peças de teatro como forma de divulgar a Ciência.

Assim é, em mim.
Estou ensarilhado.
Sou um novelo misturado de teatro e ciência
De onde saem umas pontas
Por onde se pode puxar.


Mário Montenegro, em Setembro de 2006

ficha técnica e artística

texto e encenação
Mário Montenegro


discussão e ideias
Alexandre
Laetítia Morais
Mário Montenegro
Pedro Andrade
Rui Capitão
Sandra Simões

interpretação
Alexandre (Electrão)
Sandra Simões (Fonte de alimentação, Resistência, Condutor X,
Memória, Fotão 1)
Mário Montenegro (Condutor Y, Processador, Transístor, Fotão 2)


figurinos e imagem
Pedro Andrade

desenho de Luz
Mário Montenegro

Operação de Luz
Melânia Ramos

Sonoplastia e operação áudio
Rui Capitão

Vídeo, criação e operação
Laetítia Morais


fotografia
Francisca Moreira

penteados
Carlos Gago - Ilídio Design

produção
MARIONET 2006




apoios

Delegação Regional da Cultura do Centro
Teatro Académico Gil Vicente
INATEL – delegação de Coimbra
M.A.F.I.A – federação cultural de Coimbra
Ilídio Design – cabeleireiros
Ru( - rádio universidade de Coimbra



agradecemos a…

Ana Cristina Feio, Continente – Coimbra, Escola Secundária de Avelar Brotero, Fátima Lemos, Maria João Feio, Marina Dolbeth, Mónica Gomes, Nelson Rodrigues, Pedro Feio, república “Rosa Luxemburgo” e Rui Simão.

Cronologia MARIONET

Três Horas Esquerdas (2001)
Revolução dos Corpos Celestes (2001)
Estranho Amor (2002)
O Nariz (2003)
Faz Que Conta (2003)
Tomada de Consciência (2004)
Dogod (2004)
Os Lusíadas no Zoológico (2005)
LED – viagem ao interior num computador (2006)
Bengala dos Cegos – o descobrimento de Pedro Nunes (2006)
As Portas da Percepção (2007)